quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Tal Pai, tal filho!

PAI, ME ABRACE!

Oi pai, lembra de mim? Da maternidade? Nunca vi você antes, na verdade eu pensava que só existisse eu e a mamãe. Agora consigo perceber sua presença e sei que você mora com a gente. Peço a Deus que você não seja um pai ausente mas saiba se fazer sempre presente e me dar tudo o que eu realmente preciso. Infelizmente não nasci com um manual de instruções sobre “Minhas Necessidades Básicas”. Sei que você entende que eu preciso de comida, roupa, brinquedo e estudo, porém do meu pai eu preciso mais, preciso me sentir aceito e amado.

Preciso muito saber que você está perto de mim quando eu ficar com medo do escuro e do barulho do trovão, quando meu primeiro dentinho cair, quando eu passar a noite com febre. Preciso saber que você está me esperando no pátio do colégio até a hora da saída, no meu primeiro dia de aula na escolhinha. Quero sentir seu braço me segurando na hora de tomar as vacinas e quando eu tentar andar de bicicleta sem as rodinhas. Quero aprender com você a fazer minhas tarefas do colégio e quero ver sua alegria me aplaudindo durante a minha apresentação no dia dos pais.

Preciso que você gaste, diariamente, uma parte do seu precioso tempo para brincar e conversar comigo, só assim vou entender que eu também sou precioso e sou amado. Lembre-se que esse tempo é reservado somente para mim, não quero dividir sua atenção com um celular, um notebook ou um livro. Nesses momentos, preciso sentir que você me considera mais importante do que o resto mundo.

Pai, não quero suprir essas minhas necessidades com qualquer pessoa. Por favor, me ame e me abrace forte. Não quero ser o adolescente que aceita a amizade e as drogas do traficante porque seu pai não pára em casa para conversar. Também não quero ser a adolescente que ficou grávida do primeiro homem que deu a ela a atenção e o carinho que ela tanto precisava e não encontrou no seu pai. Entenda pai, ninguém nasce sabendo amar, preciso que você me ensine para que, quando chegar a minha vez de ser pai, eu não tenha dificuldade de amar e abraçar meus filhos.

Pai, sempre que eu acertar e fizer o que o senhor espera de mim, não se esqueça de me dizer: “Muito bem! É isso aí filhão! Você é bom nisso! Você é inteligente e esperto, vai ter grandes vitórias na vida”. Eu preciso muito ouvir essas palavras e se elas vierem de você terão muito mais valor para mim. Não se cale, me elogie bastante para que eu saiba que tenho valor e não me torne um adulto que se sente inferior diante dos outros. Não quero começar o jogo da vida já derrotado. Você deve evitar as críticas destrutivas a respeito das minhas fraquezas e defeitos mas não economize nas palavras de um elogio sincero.

Pai, quando eu precisar e merecer, por favor me discipline, me mostre que existe a palavra “não” e trate minha desobediência com um castigo ou com um tapinha adequado, para que eu aprenda a respeitar limites, mas faça isso de maneira que eu possa entender que você só está agindo assim por que me ama e se preocupa comigo. Prefiro ser corrigido por você agora do que ser preso e espancado quando adulto, por não saber respeitar o direito dos outros.

Enfim, pai, nunca se esqueça de dizer que me ama e de me abraçar com os seus braços e com o seu coração para que eu vença o medo e a solidão que há neste mundo egoísta e sem Deus. É através da demonstração do seu amor que eu posso conhecer um pouco do infinito e incondicional amor de Deus, o nosso Pai, em Jesus Cristo, e a infinita paz e segurança que vem da certeza de ser amado por Ele.

Alexandre Fonseca de Melo

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